A Lacuna do Exercício: Como o Papel das Mulheres na Sociedade Afeta sua Saúde
Em um cenário cada vez mais comum nas grandes cidades, a disparidade de gênero no exercício físico emerge como um desafio significativo. Um estudo recente com 400.000 americanos revelou que apenas 33% das mulheres atingem as recomendações semanais de exercício aeróbico, em comparação com 43% dos homens.
O problema é sistêmico e global. As mulheres têm, em média, 13% menos tempo livre que os homens, segundo um relatório de 2024 do Instituto de Política de Equidade de Gênero. A situação é ainda mais crítica para mulheres entre 35 e 44 anos, que têm uma hora a menos de tempo livre diário em comparação com seus pares masculinos.
Os especialistas apontam que esta disparidade tem raízes profundas nas normas sociais e na divisão desproporcional do trabalho doméstico. Em uma pesquisa reveladora de 2023, apenas 4% das mães consideravam sua própria saúde como medida de sucesso, enquanto 31% priorizavam a saúde dos filhos.
O paradoxo é que as mulheres podem se beneficiar mais do exercício do que os homens, segundo um estudo de 2024. Como observa a Dra. Martha Gulati, co-autora do estudo, "as mulheres obtêm mais benefícios com a mesma dose de exercício".
A disparidade começa cedo. Desde a adolescência, os homens têm maior acesso a instalações esportivas e oportunidades atléticas. Como resultado, mais homens entram na idade adulta sentindo-se confiantes em suas habilidades físicas e confortáveis em ambientes como academias.
Eve Rodsky, autora do livro "Fair Play", descobriu em sua pesquisa com 500 casais que os homens tendem a assumir responsabilidades que podem ser planejadas em torno de seus horários de trabalho e lazer, como cortar a grama ou fazer reparos domésticos. Já as mulheres frequentemente arcam com tarefas que precisam ser realizadas em horários específicos, como preparar o almoço das crianças ou fazer o jantar.
Uma das estratégias mais eficazes é encontrar um parceiro de treino. "Para as mulheres em particular, ter alguém para se exercitar junto é muito importante," afirma a Dra. Bopp, destacando que isso não apenas cria responsabilidade, mas também ajuda a criar um ambiente mais confortável para o exercício.
Outra abordagem é reemoldurar a atividade física como parte do cuidado familiar. "Cuide de si mesma para poder cuidar dos outros". E mais importante: celebrar qualquer movimento possível, por menor que seja.
As mulheres que mantêm rotinas de exercícios bem-sucedidas a longo prazo são aquelas que demonstram compaixão consigo mesmas, aceitando as flutuações naturais ao longo do caminho. Como diz uma participante do programa: é importante "sentir-se bem com o exercício 'bom o suficiente'".
A Axenya está na vanguarda desta transformação no Brasil, reconhecendo que a equidade no acesso à saúde e ao bem-estar é fundamental para construir uma sociedade mais saudável e produtiva.