Porqué fundei a Axenya
Nomes geralmente se repetem nas famílias. É o que acontece na minha. Eu carrego o nome Luis, que era do meu avô. O nome da minha filha é Elena, em homenagem à sua avó. Ela e eu temos outra coisa em comum. Eu nunca conheci Luis. Ele morreu de um infarto que o levou em menos de 5 minutos, quando tinha menos de 35 anos e minha mãe tinha apenas 9. Elena também nunca conheceu Elena. Ela faleceu de um câncer que descobriram quando minha esposa tinha 11 anos. O processo dela foi lento. O câncer a matou ao longo de alguns dolorosos anos. Nossos nomes têm grande significado para nossos pais, profundamente enraizados em suas identidades e remetendo-os a memórias. No entanto, para Elena e eu, eles são apenas um legado, um símbolo de pessoas que nos deixaram cedo demais, antes que tivessem tempo de ver seus filhos crescerem e de conhecer a nós, seus netos.
A medicina avançou muito desde então. O mundo pôde ver o índice de morte por doença cardíaca diminuir mais de 70% desde 1960. Luis teria uma chance justa de ver a sua filha crescer e conhecer a mim, seu xará. A taxa de mortalidade por câncer, porém, não mudou muito desde a década de 60. Embora Elena hoje pudesse ter tido alguns anos a mais com sua filha, é muito improvável que ela tivesse conhecido a segunda Elena. Como nós progredimos tanto para Luises e tão pouco para Elenas?
A verdade é que as doenças têm dois amargos sabores: se dividem entre rápidas e lentas. A medicina atual fez um grande progresso no tratamento do tipo rápido. As descobertas que levaram a entender como lidar de forma adequada com as bactérias, especialmente por melhorias no saneamento, habitação e desenvolvimento de vacinas e antibióticos, causaram uma queda constante na mortalidade precoce e na meia-idade, principalmente devido a infecções, e marcaram o início do que hoje chamamos de “medicina moderna”. Agora, as doenças rápidas raramente nos matam como mataram meu avô um dia.
Apesar dos avanços na redução da mortalidade precoce e na meia-idade trazidos pela Medicina, estamos enfrentando o desafio de retardar a mortalidade em idade avançada. Doenças crônicas, como doenças cardíacas, câncer, doenças neurodegenerativas e diabetes tipo 2, são as principais causas de morte atualmente. São doenças complexas, que se desenvolvem lentamente ao longo de anos e frequentemente não apresentam sintomas perceptíveis até estarem em estágios avançados. Não existem soluções rápidas ou universais para esse tipo de doença, e vacinas ou antibióticos não são eficazes nesse caso. São necessárias intervenções contínuas ao longo do tempo para preveni-las, desacelerá-las e tratá-las. O tempo é o inimigo, por isso são chamadas de doenças crônicas.
O problema é que a medicina não está preparada para lidar com processos lentos e contínuos, como foi o da avó de minha filha. Seu modelo é baseado em diagnósticos e tratamentos que dependem de sintomas visíveis para atrair os pacientes aos centros de tratamento. Processos que requerem monitoramento constante de diversas variáveis e se desenvolvem gradualmente não se encaixam nesse modelo.
Embora a medicina atual seja capaz de tratar as fases tardias dessas doenças quando se tornam mais facilmente mensuráveis e sintomáticas, isso resultou principalmente em uma extensão da expectativa de vida em aproximadamente uma década (que podemos chamar de “década marginal”) sem ter, no entanto, melhorias significativas na qualidade de vida. Assim, os custos aumentaram consideravelmente, tornando o sistema atual insustentável. Isso é exatamente o que torna improvável que, ainda com os avanços da medicina, as Elenas pudessem ter se conhecido.
Nesse sentido, surge uma nova revolução, uma nova medicina, que tem como objetivo transformar essa “década marginal” em uma “década de bônus” de vida saudável, sem impor um fardo insuportável ao sistema. A medicina moderna focou na expectativa de vida, mas a Nova Medicina se concentrará no período de vida saudável, de forma que o objetivo não é apenas viver mais, mas viver mais e melhor.
Essa abordagem vai além do que é normalmente chamado de prevenção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevenção de doenças envolve intervenções destinadas a minimizar a carga da doença e os fatores de risco associados. Essa perspectiva desloca o foco de investir na saúde para prevenir resultados ruins para a saúde. Em vez de se concentrar na manutenção da saúde individual, ela se esforça para manter as doenças sob controle em populações. Embora essa mudança seja bem-vinda, ela é insuficiente.
Ação precoce é crucial para doenças de progressão lenta. Ser proativo, em vez de simplesmente preventivo. O processo começa com uma melhor compreensão de questões complexas e a capacidade de detectar pequenas variações em diversas variáveis por meios de monitoramento contínuo. Quando surgem padrões, as soluções precisam envolver personalização, adaptando os tratamentos médicos às características individuais de cada paciente. Isso envolve análises personalizadas para cada indivíduo estabelecendo conexões entre sinais genéticos, clínicos, comportamentais e de saúde psicológica. Milhares deles. E é preciso escolher cuidadosamente um conjunto de ferramentas, soluções e tratamentos diferenciados, personalizados e adequados à realidade de cada indivíduo que ao mesmo tempo, funcionem de maneira coordenada e integrada.
Os planos de saúde não foram criados com esse critério. Eles foram desenhados para atender a medicina rápida e, portanto, não conseguem se adaptar a um mundo onde precisamos cuidar de doenças crônicas. É evidente que estão sofrendo com as mudanças. A inflação médica, medida como a divisão do total de custos assistenciais da operadora pelo número de beneficiários ativos, rotineiramente supera a inflação regular de bens e serviços em dois ou três fatores. Ao mesmo tempo, os beneficiários acreditam que a qualidade dos benefícios diminui a cada ano. Algo está realmente funcionando mal em um sistema em que os prestadores estão quase falindo e os beneficiários sentem que sua cobertura médica só piora. A mudança é radical e, portanto, requer soluções também radicais e não apenas mudanças marginais. Vemos no futuro um sistema de saúde com múltiplos fornecedores, alguns deles generalistas e cobrindo a maioria dos problemas básicos (semelhantes aos planos de saúde atuais), e outros complementares e focados verticalmente em soluções específicas. Cada pessoa terá não um plano geral, mas sim um conjunto de soluções adequadas para cada um, pensadas com base na realidade individual de cada um.
Escolher conjuntos de soluções não será, no entanto, uma tarefa trivial. É exatamente para isso que os computadores são bons. Eles podem capturar automaticamente sinais de saúde de várias fontes para milhões de indivíduos, quantos quisermos e com que frequência desejarmos. Em seguida, podem analisá-los individualmente, compreendendo cada pessoa de forma precisa. Podem sinalizar problemas e identificar potenciais soluções muito antes que se tornem perceptíveis pelo paciente ou por verificações clínicas de rotina. Se pudermos monitorar as pessoas continuamente e ajudá-las a identificar e navegar por suas opções de cuidados individuais, poderemos agir de forma proativa para mantê-las saudáveis. Afinal, pessoas saudáveis vivem mais e melhor, além de gastarem menos.
Foi isso que nos motivou a criar a Axenya: liderar a revolução para a Nova Medicina e permitir que a medicina seja proativa, personalizada e precisa. Integrando sinais clínicos, dados do sistema de saúde e conhecimento médico em modelos computadorizados, somos capazes de identificar e combinar as melhores soluções do mercado em um sistema integrado e adaptado a cada cliente, preciso, completo e adequado. Mas o trabalho não termina aí. Monitoramos permanentemente o sistema e cada indivíduo para cuidar proativamente da saúde e adaptar as ferramentas e componentes necessários. Nosso espírito é o de co-pilotos permanentes, navegantes do sistema, que orientam as pessoas a viverem vidas mais longas e saudáveis.
Nosso objetivo é dar às pessoas tempo para verem seus filhos crescerem, conhecerem seus netos e terem saúde para construírem memórias preciosas juntos. Trabalhamos para fornecer a base para criar uma herança de momentos reais e alegres, para que os nomes que se repetem nas famílias não se tornem apenas símbolos, mas um legado vivo.