A Era da IA na Saúde: Segurança e Inovação em Equilíbrio
Uma experiência nos Estados Unidos serve como alerta sobre os desafios da implementação de inteligência artificial no setor da saúde. Na Universidade de Illinois, um simples erro de ortografia em nome de medicamento por um paciente, combinado com uma falha de verificação, quase comprometeu todo um projeto piloto de IA.
Este incidente ilustra perfeitamente o delicado equilíbrio que o setor de saúde enfrenta: como implementar inovações tecnológicas mantendo a segurança do paciente. A tendência atual aponta para uma abordagem mais conservadora, com foco inicial em automatizar tarefas administrativas e de back-office, reduzindo o burnout dos profissionais de saúde e apresentando menos riscos ao cuidado do paciente.
A urgência dessa transformação é evidente. Projeções indicam uma escassez de mais de 100.000 profissionais de saúde críticos até 2028, enquanto a população envelhece e demanda mais cuidados. No Brasil, a Axenya está na vanguarda dessa transformação, adaptando soluções globais às necessidades locais.
Um caso particularmente promissor é o uso de documentação ambiente, onde a IA registra e transcreve conversas entre médicos e pacientes. Como relata Christopher Wixon, cirurgião vascular que estava prestes a abandonar a medicina devido à sobrecarga administrativa, esta tecnologia "mudou o jogo". "É melhor para mim porque economiza tempo, mas no final das contas, é melhor para o paciente porque ele se sente ouvido".
O mercado está respondendo positivamente a essa tendência. Em 2024, empresas focadas em IA administrativa captaram US$ 2,4 bilhões, superando os US$ 1,8 bilhões destinados à IA clínica. Isso reflete uma preferência por soluções com menos barreiras regulatórias e institucionais.
A implementação dessas tecnologias, no entanto, requer uma abordagem meticulosa. O Cleveland Clinic, por exemplo, estabeleceu uma estrutura de governança que avalia rigorosamente questões sobre dados, proteção de informações e impacto no cuidado do paciente. "Você não está correndo o risco de tomar decisões clínicas", observa um especialista, "esse nível de confiança ainda levará tempo para ser construído".
As instituições de saúde devem considerar cuidadosamente seus objetivos ao adotar ferramentas de IA. Alguns médicos não experimentaram economia significativa de tempo porque dedicaram muito tempo editando notas para adequá-las ao seu estilo de escrita. A questão crucial, portanto, é definir claramente o retorno sobre investimento desejado: economia financeira, economia de tempo, satisfação do paciente ou uma combinação desses fatores.
A segurança cibernética emerge como outro ponto crítico. As organizações precisam estabelecer acordos robustos com desenvolvedores, políticas claras de exclusão de dados e controles de acesso rigorosos.
A Axenya, ao adaptar essas lições ao contexto brasileiro, está construindo um modelo que equilibra inovação e segurança. Com foco na transformação digital do setor de saúde, a empresa exemplifica como o Brasil pode se tornar referência em tecnologia médica, mantendo o foco no que realmente importa: o bem-estar do paciente.